As praias de Salvador devem amanhecer sem o grande volume de materiais que são deixados no mar durante as celebrações ao 2 de fevereiro, quando é comemorado o Dia de Yemanjá, uma das maiores festas religiosas da Bahia.
Nesta semana, a prefeitura da capital anunciou que os acessos às praias do bairro do Rio Vermelho, onde a festa acontece, serão fechados desde o dia 1º, assim como não será permitida a comercialização de bebidas e o funcionamento de depósitos. Essas e outras medidas serão adotadas para evitar as aglomerações, que propiciam a proliferação do coronavírus.
A celebração é marcada pela entrega de presentes e oferendas ao mar, em um ritual para saudar a orixá que é cultuada nas religiões de matriz afro-brasileiras.
Após as comemorações, os materiais acabam retornando à faixa de areia. Em 2020, mais de 100 toneladas de lixo foram removidas das praias do bairro pelo serviço municipal de limpeza urbana no dia 3 de fevereiro.
Outros materiais acabam no fundo do mar, poluindo o ambiente natural e fazendo algumas espécies, como as tartarugas, morrerem após confundirem, por exemplo, sacos plásticos com águas vivas.
Uma vez que as demais praias de Salvador não terão o acesso bloqueado, o CRBio-08 reforça a necessidade de que apenas materiais orgânicos sejam utilizados durante rituais religiosos nas celebrações ao 2 de fevereiro.
Tradição há mais de um século, a Festa de Yemanjá é a segunda maior festa popular religiosa o religiosa da Bahia, atrás apenas da Lavagem do Bonfim, que acontece em Salvador na segunda quinta-feira após o Dia de Reis. Em 2020, quando cerca de 800 mil pessoas participaram das celebrações no Rio Vermelho, a prefeitura reconheceu a festa como Patrimônio Cultural da cidade.
Foto: Agência Brasil