Pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, identificaram e dataram a mutação genética que originou a versão negra da mariposa, que se espalhou durante a revolução industrial. A forma mais comum do animal tem asas da cor branca.
Novas descobertas resolvem um quebra-cabeça deste clássico exemplo de seleção natural. Durante a revolução industrial, a versão escura das mariposas se misturava com a casca das árvores cheias de fuligem. Com a ‘camuflagem’, elas se reproduziram mais e, na década de 1950, 90% de todas as mariposas na região próxima de Manchester estavam escuras, e não brancas.
Em um novo estudo publicado pela revista Nature na edição de quinta-feira (2), os cientistas descobriram que uma mutação de um “gene saltador” foi responsável por esta variação escura. Usando estatística e métodos para análise de DNA, eles descobriram que esta mudança genética ocorreu por volta de 1819, o que é consistente com o registro histórico.
Os genes saltadores (“jumping genes”, em inglês), são segmentos móveis de DNA que, numa mutação, podem mudar sua posição dentro de um genoma e mudar a expressão de outros genes.
Usando um método de sequenciamento de DNA de última geração, a equipe descobriu que esses genes, inseridos no interior do córtex da mariposa, teriam determinado a criação da cor nas mariposas.
O pesquisador Ilik Saccheri, que liderou o estudo, disse: “Esta descoberta preenche uma lacuna fundamental na história da mariposa. O fato de que este famoso mutante foi causado por um gene transponível deve atrair mais interesse sobre o impacto do DNA celular e a aptidão para geração de novos fenótipos”.
A primeira mariposa negra avistada e documentada é de Manchester, cidade localizada no norte da Inglaterra. O registro é de 1848. No entanto, esse tipo do inseto pode existir há mais tempo sem ter sido detectado, dada a frequência muito baixa antes do aumento da população.
Fonte: G1
Imagem: Dr Ilik Saccheri