Entre 2002 e 2014, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) devolveu à natureza 275.716 animais. De acordo com relatório elaborado pela Coordenação de Fauna Silvestre do Instituto, nesse período, foram recebidos 568 mil animais, uma média de 43.742 por ano.
Desse total, aproximadamente metade (275.716) foi solta (48,5%) e 81.633 (14,4%) foram destinados a criadouros científicos e particulares, por não terem condições de retornar à natureza. Dos animais que chegaram aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), 79% eram aves apreendidas em operações de fiscalização do Ibama e da Polícia Militar Ambiental.
Em 2014, foram recebidos 577 animais de 53 espécies ameaçadas de extinção nos Cetas. As mais comuns foram as aves: 92 pichochós (Sporophila frontalis,), 57 chauás (Amazona rhodocorytha) e 57 bicudos (Sporophila maximiliani,). A espécie de réptil ameaçada mais recebida foi a tartaruga verde (Chelonia mydas), com 19 espécimes, e a de mamíferos foi o tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla), com 58 animais.
Entre as espécies com o maior número de indivíduos soltos em 2014 destacam-se os passeriformens: 3.323 canários da terra (Sicalis flaveola), 1.475 coleiros baianos (Sporophila nigricollis) e 1.100 cardeais (Paroaria dominicana). Entre os mamíferos, a espécie solta com maior frequência foi a preguiça (Bradypus variegatus, com 113 indivíduos) e entre os répteis, a jiboia (Boa constrictor, com 643).
“Em 2015, apreendemos 20.238 animais vivos. Grande parte seria destinada ao mercado interno, para servir de pet (bicho de estimação) ou ornamentação”, disse o Coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Roberto Cabral. Segundo ele, o tráfico internacional tem preferência por espécies raras ou ameaçadas de extinção.
Tratamento
Quando chega ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, o animal passa por uma avaliação para detectar ferimentos e doenças. O tratamento deve ser concluído no menor tempo possível para evitar a perda do comportamento selvagem.
A destinação, que só acontece após avaliação clínica, física e comportamental, pode ser a soltura na natureza em caráter experimental (para revigoramento ou reintrodução), a entrega a criadouros ou a utilização em pesquisa, educação e treinamento.
“As pesquisas científicas realizadas em animais recebidos nos Cetas contribuem para ampliar o conhecimento sobre a saúde dessas espécies e seu manejo. Esse trabalho é feito em parceria com universidades e outras instituições”, disse a analista ambiental da Coordenação de Fauna Silvestre Graziele Batista.
Criados na década de 1970, atualmente há 24 Centros de Triagem de Animais Silvestres do Ibama em funcionamento no País.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ibama
Imagem: Projeto Arara Azul