A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicou no mês de julho de 2016 o relatório preliminar “Árvores, florestas e uso da terra nas zonas áridas: uma avaliação global”, do projeto Pesquisa Florestal, sobre a presença e extensão de florestas em terras secas, compostas por zonas áridas, semiáridas, subúmidas e hiperáridas em todos os continentes. O levantamento de dados na América do Sul foi realizado pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e pelo Instituto de Investigação de Zonas Áridas (IADIZA), da Argentina.
Cerca de 90% das terras secas estão localizadas em países em desenvolvimento e abrigam uma população estimada em 2 bilhões de pessoas. Mas apenas 18% dessas regiões contêm florestas e 1/3 da área de 6 bilhões de hectares possuem uma densidade elevada de árvores. Foi constatado que as zonas menos áridas possuem mais árvores, a proporção de terras florestais é de 51% na zona subúmidas secas, 41% na zona semiárida, 7% na zona árida e 0,5 % na zona hiperárida. O estudo descobriu que 27 % da área florestal global encontra-se assentado em terras secas.
As análises recentes indicaram a necessidade de recuperar boa parte dessas terras para enfrentar problemas de estiagem, desertificação e degradação de solos. Até porque as árvores são muito importantes para as pessoas e o ambiente por protegerem o solo e os animais dos raios solares sob sua copa, providenciar alimentos por meio de folhas e frutos, além de ofertarem chás medicinais e lenha para comunidades.
Projeto Pesquisa Florestal
Em julho de 2015 o Insa ofereceu para 20 estudantes de graduação e pós-graduação um curso de dez dias para Mapeamento da Cobertura Vegetal de Áreas Semiáridas. O objetivo era mapear as dinâmicas de florestas de terras secas sul-americanas para analisar mudanças no uso da terra. Para colher os dados eles receberam um treinamento com a ferramenta “Collect Earth” e depois fizeram o mapeamento da cobertura vegetal do Semiárido do subcontinente utilizando mapas diários do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês). Até o final do ano a FAO lançará um livro com a conclusão do estudo no qual dedicará um capítulo com os dados específicos sobre a América do Sul.
A expectativa é de que o estudo se torne uma valiosa ferramenta de elaboração de políticas e investimentos para o desenvolvimento sustentável e de combate às mudanças climáticas.
Confira o estudo “Árvores, florestas e uso da terra nas zonas áridas: uma avaliação global”.
Texto: Insa | Rodeildo Clemente
Imagem: Insa