Duas novas espécies de rãs foram encontradas na Reserva Biológica Augusto Ruschi, unidade de conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Espírito Santo. A descoberta foi descrita em artigo científico desenvolvido por Rodrigo Ferreira, da Universidade Vila Velha, e Karen Beard e Martha Crump, da Universidade de Utah. O material foi publicado pela revista científica PLOS ONE. Acesse aqui.

A expedição em campo na qual foram encontradas as espécies faz parte do Projeto Bromeligenous, que estuda a ecologia da associação entre anfíbios e bromélias. A iniciativa visa desenvolver pesquisas com anfíbios e popularizar a ciência na região de Santa Teresa, no estado do Espírito Santo.

Durante amostragens em campo promovidas pelo Projeto Bromeligenous e coordenadas por Rodrigo Ferreira, cinco novas espécies foram descobertas, das quais três estão em processo de descrição. As duas descritas são Adelophryne glandulata e Dendropsophus bromeliaceus.

Monitoramento continua
Até julho de 2018, oito biólogos do Projeto Bromeligenous vão monitorar populações de anfíbios de bromélias na Reserva Biológica Augusto Ruschi e em seu entorno. Além disso, a comunidade da região será envolvida em diversas atividades de educação ambiental, como exposições fotográficas nas escolas municipais, entrevistas com os moradores e distribuição de material educativo sobre a relação anfíbio e bromélia.

Rodrigo explica que a região do município de Santa Teresa tem o maior número de espécies de anfíbios da Mata Atlântica e possivelmente do mundo. “Dessa forma, essas cinco novas descobertas enriquecem o prestígio da região como detentora de imensa biodiversidade”, diz ele, ao ressaltar que os dados não trazem apenas orgulho, mas também preocupação com a proteção desses animais.

Os artigos de descrição das espécies e também outra pesquisa realizada por ele evidenciam que a maior parte das populações dessas espécies novas e de outras ocorrem em áreas privadas (agrícolas e florestais) no entorno da unidade de conservação. “Por esse motivo, é interessante que órgãos municipais, estaduais e federais fortaleçam a educação formal e informal dos moradores da região para focarem em assuntos sobre proteção da biodiversidade”, conclui o pesquisador.

Fonte e imagem: ICMBio