Cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) descobriram uma nova espécie de besouro na Reserva Biológica (Rebio) das Perobas, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no noroeste do Paraná. A espécie, batizada como Microlinus perobanus em referência à Reserva das Perobas, faz parte da família dos estafilinídeos. Popularmente, ja está sendo chamado de besouro-das-perobas.
Esses pequenos besouros medem cerca de 2,5 mm e foram coletados na serapilheira (material composto principalmente de folhas secas e em decomposição sobre o solo das florestas). Para separar os insetos das folhas, foram utilizadas peneiras e extratores Winkler, que consistem de uma malha instalada dentro de um saco de tecido.
O material passou por triagem e foi analisado em laboratório no campus da UFPR em Palotina (PR). Apesar de não serem conhecidas suas interações com outras espécies e com o ambiente, certamente o besouro-das-perobas tem papel na manutenção do equilíbrio do ecossistema em que habita.
O artigo com a descrição da nova espécie, feita pelos pesquisadores Dilson Gabriel Busanello e Edilson Caron, será publicado na próxima edição da “The Coleopterists Bulletin”. A pesquisa que levou à descoberta continua. Ela é financiada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Também é autorizada e apoiada pelo ICMBio.
A Reserva Biológica das Perobas é uma unidade federal de conservação da natureza localizada em Cianorte e Tuneiras do Oeste. Foi criada para proteger o maior remanescente de floresta nativa das regiões norte e noroeste do Paraná. É uma ilha de biodiversidade na região. Abriga mais de 300 espécies de plantas e diversos animais silvestres, alguns ameaçados de extinção.
“Um dos objetivos da Reserva é incentivar a produção de conhecimento científico. A descoberta do besouro-das-perobas indica que ainda há muito o que se aprender sobre a biodiversidade brasileira. Também mostra que a Reserva das Perobas tem conseguido cumprir seu papel de incentivar a produção de conhecimento”, disse Antonio Guilherme Cândido da Silva, analista ambiental e chefe-substituto da reserva.
Fonte e imagem: ICMBio