O Conselho Federal de Biologia (CFBio) participou da 326ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde, que aconteceu nos dias 13 e 14 de fevereiro no Ministério da Saúde, em Brasília. O Biólogo e Conselheiro do CRBio-04 Gildemar José Bezerra Crispim representou o CFBio no evento.

Durante o encontro, foram discutidas pautas emergentes de Saúde Pública, como as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus, os impactos na saúde causados pelo derramamento de óleo nas praias do nordeste brasileiro, a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, o contexto da política de Aids no Brasil e o cenário do novo modelo de financiamento da atenção primária à saúde.

Segundo o Biólogo Gildemar Crispim, o novo coronavírus foi um dos assuntos de destaque da reunião, com a apresentação de informações importantes e atualizadas sobre as ações realizadas no Brasil e no mundo. As discussões sobre o surto foram abordadas pelo secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira; pela coordenadora da Unidade Técnica de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Maria Almirón; e pelo coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da FIOCRUZ, Rivaldo Venâncio da Cunha.

A coordenadora Maria Almirón listou as ações realizadas pela OPAS/OMS para controlar o surto, como: elaboração e disseminação de guias e recomendações; disseminação de informações para melhor compreensão sobre a doença; apoio para elevação das operações de alerta e resposta dos países; forte estratégia de comunicação de risco; e coordenação com parceiros. Segundo ela, são prioritárias, nesse contexto, a realização de pesquisas que: 1) abordem gravidade, transmissão, infecção, e opções de tratamento; 2) melhorem a coordenação global de todos os parceiros relevantes de pesquisa; 3) apoiem  um processo claro e transparente de definição de prioridade global de pesquisa e inovação; 4) construam plataformas comuns para processos padronizados, protocolos e ferramentas.

Já o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, apresentou um panorama da evolução da epidemia e as ações do Brasil nesse contexto desde a detecção do primeiro rumor de “pneumonia de causa desconhecida” na China. Dentre as ações estão a ativação do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE-nCoV), a publicação de Boletim Epidemiológico, a ampliação da capacidade laboratorial, a aprovação de projeto de lei de emergências, a reativação do Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, e a participação do Brasil na Resposta Global em parceria com a OPAS/OMS.

Em relação ao desenvolvimento e à produção de vacina para o novo coronavírus, o coordenador de Vigilância em Saúde da Fiocruz, Rivaldo Venâncio da Cunha, ponderou que esse processo leva tempo. “Uma produção de larga escala, para que possa ser utilizada por uma parcela significativa da população, nós levaríamos, com muito otimismo, algo como um ano, um ano e meio, talvez dois anos. Antes disso, acho muito difícil. Mas ainda é cedo para que a gente possa fazer qualquer afirmação nesse sentido”, disse.

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (18) pelo Ministério da Saúde, no Brasil, 5 casos suspeitos estão sendo monitorados nos seguintes estados: São Paulo (4) e Rio Grande do Sul (1). O Brasil segue sem nenhum caso confirmado. Até o momento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram confirmados 73,3 mil casos em 26 países, com 1.873 mortes.