Biólogos confirmaram a existência de uma nova espécie de macaco que habita a floresta amazônica. Trata-se da Plecturocebus parecis, vista pela primeira vez há mais de um século. Por muito tempo, cientistas acreditavam que era o Plecturocebus cinerascens.
Em 2011, a pesquisadora Mariluce Messias, da Universidade Federal de Rondônia, suspeitou que pudesse haver uma espécie não descrita quando ela estudou o desmatamento na Amazônia. Ela e uma equipe de especialistas realizaram análises das características e do DNA do primata, concluindo que é, de fato, uma espécie nova. As descobertas foram publicadas no periódico Primate Conservation.
Plecturocebus é um gênero de macacos-titi. Eles são encontrados na América do Sul, são pequenos e possuem uma cauda muito longa, que os ajuda a se equilibrar nas árvores. O Plecturocebus parecis vive em áreas de alta altitude, como o Planalto Parecis – daí seu nome. Os pesquisadores observaram que a distribuição geográfica desses macacos ainda está mal definida.
O que fez P. parecis se destacar é sua coloração distinta. Os macacos-titis são em sua maioria grisalhos, mas a nova espécie tem um castanho avermelhado nas costas, pelos claros e curtos nas mãos e nos pés, barba esbranquiçada e costeletas. Eles também têm pêlo cinza claro nas extremidades de suas caudas.
Os cientistas que descreveram o animal esperam que ele seja listado como quase ameaçado de extinção na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), pois seu habitat natural foi prejudicado com a destruição da Amazônia – o bicho vive no “Arco do Desmatamento”, onde vastas áreas de floresta foram dizimadas para dar lugar a plantações de soja e milho, bem como a fazendas de gado. A construção de rodovias e incêndios florestais também colocam a espécie em risco.
Fonte: Revista Galileu