Desde o dia 06 de junho, muitos dos segredos dos oceanos vão passar a ficar acessíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, para cientistas, educadores e qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Após dez anos do projeto que demandou investimentos de quase US$ 400 milhões, a Iniciativa de Observatórios Oceânicos (OOI, na sigla em inglês), criada pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, vai garantir presença científica permanente nos oceanos.
A rede de plataformas e sensores da OOI rastreia propriedades físicas, químicas, geológicas e biológicas do fundo e da superfície do mar e gera dados em tempo real. O projeto inclui robótica submarina, cabos de fibra ótica e instrumentação especializada.
A OOI tem 83 plataformas com mais de 830 instrumentos espalhados em sete matrizes oceânicas localizadas no Atlântico e no Pacífico. Cada plataforma tem uma combinação de aparelhos que geram milhares de informações científicas, como temperatura e salinidade, entre muitas outras. A OOI instalou um observatório no chão tectonicamente ativo no norte do Pacífico, outros próximos às costas leste e oeste dos EUA e quatro em locais de alta latitude, perto da Groenlândia, do Alasca, da Argentina e do Chile.
De acordo com a OOI, a inovação da iniciativa está no fato de garantir presença científica permanente nos oceanos, o que pode revolucionar o conhecimento oceanográfico como aconteceu há décadas com a atmosfera terrestre. O objetivo do projeto é que os dados aumentem a compreensão de cientistas sobre terremotos e mudanças nas placas tectônicas e permitam a pesquisadores conhecer espécies que vivem em fontes hidrotermais e entender fenômenos climáticos e meteorológicos como o El Nino.
Acesso gratuito
Desde janeiro, a página da OOI está aberta a qualquer usuário interessado em acessar os dados gratuitamente, mas só a partir de hoje os dados serão transmitidos em tempo real. No portal, agora é possível assistir a transmissões ao vivo em alta definição de fontes hidrotermais, por exemplo, fissuras no fundo do mar que ainda são tidas como um mistério para a ciência.
A expectativa é que as informações sejam usadas por professores para ensinar conceitos oceanográficos a estudantes e que também ajude na administração pesqueira, podendo ser consultadas por pescadores que queiram saber as condições do mar para planejar a atividade.
Fonte: Agência Brasil | Maiana Diniz
Imagem: Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos