Desafios para a saúde pública, o controle e a vigilância das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti são prioridades do Projeto ArboAlvo, liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pelo Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc). A iniciativa busca o desenvolvimento de uma metodologia para estratificação do território em áreas de risco de transmissão dos vírus dengue, zika e chikungunya, com base em parâmetros epidemiológicos, entomológicos, ambientais e sociodemográficos em cidades endêmicas para essas arboviroses. Para o estudo, foram selecionadas quatro capitais: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Natal (RN) e Campo Grande (MS). Coordenam as atividades as pesquisadoras Nildimar Honório, do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC/Fiocruz, e Marília Carvalho, do Procc.
Em um grande encontro, foram discutidas as perspectivas e o andamento do projeto, que tem como uma de suas propostas criar as condições necessárias para que gestores e técnicos das cidades participantes atuem de forma mais bem fundamentada, técnica e cientificamente, no direcionamento das ações de controle e vigilância das arboviroses. O seminário nacional Estratégias de vigilância e controle para dengue, zika e chikungunya em cidades endêmicas brasileiras, realizado no final de 2018, na Fiocruz, no Rio de Janeiro, contou com a participação de cerca de 70 pessoas.
A cerimônia de abertura contou com a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, do diretor do IOC/Fiocruz, José Paulo Gagliardi Leite, do diretor do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Antonio José Leal Costa, e da coordenadora do projeto ArboAlvo, Nildimar Honório. Também participaram da mesa representantes do Ministério da Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e do Programa de Computação Científica (Procc).
Na ocasião, foram apresentadas as interfaces entre o projeto e os municípios envolvidos, além de estratégias para aprimorar a comunicação entre os gestores municipais e pesquisadores. “Dentre os principais resultados apresentados, destacamos a produção e análise de indicadores sociossanitários, ambientais, entomológicos e epidemiológicos na perspectiva da estratificação de áreas de risco para arboviroses nos municípios participantes do projeto. Estamos em uma fase avançada de desenvolvimento e diferentes análises estatísticas estão em andamento”, destacou Nildimar. Os próximos passos incluem a conclusão da modelagem estatística e a discussão sobre as possibilidades de incorporação da metodologia desenvolvida no projeto.
Projeto ArboAlvo
A iniciativa é fruto de demanda da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) e integra a rede internacional de pesquisa Dentarget, composta por cientistas, profissionais e gestores de diferentes países que se dedicam à busca por métodos alternativos para a prevenção e o controle da dengue e outras arboviroses, em especial na América Latina.
O Projeto ArboAlvo é financiado pelo Ministério da Saúde e conta com a participação de pesquisadores do IOC, Procc, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), da UFRJ e de profissionais dos quatro municípios envolvidos no projeto. Os pesquisadores Paulo Chagastelles Sabroza, da Ensp/Fiocruz, e Christovam Barcellos, do Icict/Fiocruz, atuam como consultores científicos do projeto. A estratégia prevê, ainda, o desenvolvimento de ações de educação, informação e comunicação que ampliem a formação de profissionais de saúde para o direcionamento de ações de controle mais efetivas.