Na madrugada de 23 de agosto, 50 papagaios foram devolvidos à natureza no sertão nordestino. As aves foram resgatadas ao longo das obras do Projeto de Integração do rio São Francisco pelo Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) e vão se juntar a outros 116 mil animais já reabilitados e reintegrados à vida selvagem.
Entre os animais resgatados há veados, cobras, aves, tatus e calangos. Essas ações são possíveis graças a uma parceria do Ministério da Integração Nacional e a Universidade Federal do Vale do São Francisco, responsável pelo Centro de Conservação.
O trabalho realizado pelo Cemafauna já resgatou mais de 133 mil animais de várias espécies, sendo três em extinção: um gato do mato, um mocó da caatinga e um gato mourisco, que estão em reabilitação no Centro. O processo inclui tratamento, alimentação e preparação, por meio da utilização de várias estruturas: viveiros, jaulas, salas, laboratórios e clínicas veterinárias.
As aves foram transferidas no mês passado do Centro para um viveiro de ambientação em área conservada em Salgueiro (PE). Segundo o biólogo Yuri Valença, a soltura monitorada é o primeiro passo para que as aves possam retornar à natureza.
“O intuito é possibilitar que os animais se acostumem ao ambiente, ao visual, ao cheiro e também reconhecer se ainda há possíveis predadores por aquela área. A média de reabilitação de um animal é de oito meses. Depois da soltura ainda monitoramos esses bichos, verificando se estão se alimentando corretamente, se estão voando da forma adequada.”
O biólogo ressaltou a necessidade do apoio da população no processo de soltura dos animais. “Nessa parte do monitoramento, nós vamos de casa em casa para explicar aos moradores os cuidados necessários, que eles não devem domesticar esses animais e que nós, da equipe do Cemafauna, estamos aqui acompanhando de perto a adaptação”, explicou.
Cuidado com os animais
Com investimentos de R$ 8,9 milhões do Ministério da Integração Nacional, o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) está localizado na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE). A instituição é responsável pelas ações do Centro, que, desde 2008, realiza estudos de inventário, resgate e monitoramento da fauna silvestre nas áreas de influência direta e indireta do projeto, nos eixos Norte e Leste do Projeto São Francisco.
A estrutura faz parte do Programa de Conservação de Fauna e Flora – um dos 38 programas ambientais do Projeto São Francisco – que monitora a biodiversidade vegetal e animal presentes na região das obras do projeto nos Estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba. As ações têm possibilitado o conhecimento profundo da fauna e flora do bioma Caatinga, além de minimizarem os possíveis impactos provocados pela implantação da Integração do rio São Francisco.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Meio Ambiente
Imagem: Fábio Nunes/Aquasis