O Sistema CFBio/CRBios conclama laboratórios, públicos e privados, a preencherem o Inquérito Nacional do Poliovírus, para o cumprimento do processo de contenção definitiva do Poliovírus selvagem e vacinal. O preenchimento obrigatório do inquérito, conforme determina a Portaria Nº 451/2017 do Ministério da Saúde, é parte do compromisso nacional no Plano de Ação Global para a Erradicação de Poliovírus da Organização Mundial da Saúde (WHO Global Action Plan – GAPIII) e do Plano Nacional de Contenção do Poliovírus em Laboratórios Brasileiros.
O Inquérito Nacional do Poliovírus visa a obtenção de informações a respeito de todas as instalações laboratoriais públicas ou privadas em território nacional, a fim de identificar aquelas com capacidade para manipular e armazenar amostras que possam ser infectantes ou potencialmente infectantes de Poliovírus e faz parte da Fase 1 do Plano de Ação Global.
O inquérito eletrônico deve ser respondido pelas seguintes instalações: TODOS os laboratórios públicos e privados que atuam na área da saúde, educação, defesa, meio ambiente, agricultura, pesquisa e outras, bem como os laboratórios sediados em indústrias. Todas as instalações que extraiam, manipulem ou armazenem amostras biológicas de pessoas ou de animais sob testes e de águas para consumo, residuais ou corpos de água; e podem ser laboratórios para a pesquisa de amostras clínicas, biológicas, de saúde pública, de estudos ambientais, de águas e, demais instituições que armazenem amostras procedentes de tais laboratórios ou pesquisas.
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A finalização do inquérito e, consequentemente, da Fase 1, com a obtenção da resposta de toda a rede de laboratórios nacionais, independentemente da localização geográfica, natureza jurídica e capacidade produtiva, é condição para que o país receba o Certificado Internacional de Erradicação da Poliomielite. Até o momento o número de laboratórios que responderam ao inquérito corresponde a menos de 30% do total. A meta é alcançar a totalidade das respostas até 31 de março de 2020 para posterior envio à OMS.
A poliomielite é uma doença em processo de erradicação e, globalmente, têm sido empreendidos esforços para alcançar a meta de um mundo livre da doença, semelhante ao que ocorreu com a varíola nos anos de 1980. Durante a 68° Assembleia Mundial de Saúde, realizada em Genebra em maio de 2015, o Brasil e os países membros endossaram o compromisso internacional de contribuir para a erradicação global da doença e evitar a reintrodução do poliovírus selvagem.
O processo de contenção definitiva do Poliovírus, em conjunto com as ações de vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA) e ações de imunização, faz parte do esforço mundial para a erradicação do Poliovírus e tem a finalidade de reduzir a possibilidade de liberação do vírus no ambiente, principalmente em localidades com baixa cobertura vacinal.
De acordo com o Art. 6º da Portaria N°451/2017, o descumprimento das disposições constitui infração sanitária, sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.
Qualquer dúvida ou esclarecimento ou necessidade de orientação, basta entrar contato com a Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública pelo telefone: (61) 3315-3128 ou 3315-3974.
Poliomielite: causas, sintomas, diagnóstico e vacinação
A Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
A doença permanece endêmica em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão, com registro de 12 casos. Nenhum confirmado nas Américas. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990.
IMPORTANTE: Poliomielite e paralisia infantil são a mesma coisa. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Cuide da saúde do(a) seu(sua) filho(a).
Situação epidemiológica
No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza/PB. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP). Essa vacina propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.
Chama-se a atenção para o risco de importação de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem (Paquistão, Nigéria e Afeganistão). Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.
O primeiro surto causado por um vírus derivado vacinal (PVDV) foi detectado na Ilha de Hispaniola (que pertence ao Haiti e à República Dominicana), em 2000/2001. Esse surto teve grande importância no processo de erradicação da Poliomielite, quando foram registrados 21 casos (50% na faixa etária de 1 a 4 anos).
Quais são os sintomas
Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.
Os sintomas mais frequentes são:
- febre;
- mal-estar;
- dor de cabeça;
- dor de garganta e no corpo;
- vômitos;
- diarreia;
- constipação (prisão de ventre);
- espasmos;
- rigidez na nuca;
- meningite.
Na forma paralítica ocorre:
- Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre.
- Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
- Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
- Sensibilidade conservada;
- Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.
Como prevenir?
A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.
Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente– VOP (gotinha).
A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.
Quais são as causas e sequelas?
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da poliomielite.
As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura.
Assim, as principais sequelas da poliomielite são: Problemas e dores nas articulações; Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; Osteoporose; Paralisia de uma das pernas; Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; Dificuldade de falar; Atrofia muscular; Hipersensibilidade ao toque.
As sequelas da poliomielite são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.
A poliomielite atinge também os adultos?
Embora ocorra com maior frequência em crianças, a poliomielite também pode ocorrer em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como: lavar sempre bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos e beber água tratada.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da poliomielite deve ser suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com diminuição ou abolição de reflexos tendinosos em menores de 15 anos. Os exames de liquor (cultura) e a eletromiografia são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico será dado pela detecção de poliovírus nas fezes.
Como é feito o tratamento?
Não existe tratamento específico da poliomielite, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico do paciente.
Fonte: Ministério da Saúde