Cientistas identificaram pela primeira vez os genes que permitem que os pássaros produzam pigmentos vermelhos, uma cor que desempenha um papel muito importante na comunicação e na atração sexual das aves, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (19) no periódico científico Current Biology.
Os genes identificados pertencem ao mesmo grupo de genes que regula a desintoxicação do organismo, afirma o estudo.
De acordo com os pesquisadores, isso sugere que a cor vermelha pode ser um sinal da saúde e vitalidade do macho e é capaz de eliminar substâncias tóxicas do seu corpo.
“Em muitas espécies de aves, quanto mais vermelho é o macho, mais sucesso ele tem em encontrar um par”, disse o coautor do artigo Joseph Corbo, professor-adjunto de patologia e imunologia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Uma das equipes de pesquisadores estudou pássaros diamante-mandarim, que têm o bico vermelho, e a outra estudou canários vermelhos e amarelos.
Estas espécies absorvem pigmentos amarelos através da alimentação, composta de grãos, frutas e insetos.
Suspeitava-se que pássaros como o diamante-mandarim tinham um mecanismo particular para transformar os pigmentos amarelos em vermelhos, que dão cor ao bico, às penas e à pele, mas não se sabia que mecanismo era esse.
Os cientistas compararam o genoma do diamante-mandarim silvestre que tem o bico vermelho com o genoma de pássaros desta mesma espécie que vivem em cativeiro e têm o bico amarelo. Descobriram um grupo de três genes nos mandarins silvestres que os que vivem em cativeiro não possuem.
Um desses genes codifica uma enzima que converte os pigmentos amarelos em vermelhos, e outro deles desempenha um papel importante na digestão de substâncias tóxicas.
Os cientistas também revelaram que esta enzima é produzida no bico, nas penas e na retina da ave, onde a cor vermelha é gerada.
Fonte: G1 Ciência e Saúde
Imagem: Rudimar Narciso Cipriani