O trabalho de detecção do desmatamento na Amazônia vai ficar mais eficiente, em breve, com o uso de um radar orbital capaz de monitorar a região mesmo quando o tempo está encoberto por nuvens. O contrato de financiamento para a compra de imagens de radares acoplados a satélites foi firmado na segunda-feira (20 de julho), no Ministério da Defesa, pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipan) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). A medida faz parte do projeto Amazônia SAR, do Gabinete Permanente de Gestão Integrada para Proteção do Meio Ambiente, ligado ao Ministério da Defesa. Com a nova tecnologia, a área vigiada será mais de três vezes maior, equivalente a 950 mil quilômetros quadrados (km²), e a frequência de coleta das informações será diária. Pelo sistema atual, 280 mil km² são monitorados a cada 15 dias. O investimento no projeto será de R$ 80,5 milhões. Do total, R$ 63,9 milhões são recursos do Fundo Amazônia e R$ 16,6 milhões vão sair do Orçamento da União. O valor é para a contratação de um radar orbital de fornecedores internacionais. O edital está sendo finalizado pelo Cesipam e, segundo o ministro da Defesa, Jaques Wagner, deve entrar em operação “imediatamente”. O ministro explicou que a tecnologia usada atualmente não é eficiente em condições climáticas adversas, pois os radares de imagem óptica não conseguem atravessar as nuvens, aumentando a ação de criminosos durante o período que vai de outubro a abril. Segundo ele, as novas imagens vão preencher uma lacuna no sistema atual, evitando o desmatamento, o narcotráfico e o garimpo ilegal e aumentando a velocidade de resposta, caso ocorram.