No dia 3 de março (quinta-feira) é comemorado o Dia Mundial da Vida Selvagem. Esse dia serve para promover o debate sobre a relação do homem com essas espécies e a sua conservação. No Brasil, as Listas Nacionais Oficiais de Espécies Ameaçadas de Extinção mostram que 1.173 espécies da fauna e 2.113 da flora correm o risco de desaparecer.
Dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) apontam que 475 milhões de animais silvestres morrem, por ano, atropelados nas rodovias do País, o equivalente a mais de 15 animais por segundo. Os animais que mais morrem nas estradas são os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte. Eles respondem por 90% dos atropelamentos. O restante se divide em animais de médio porte, como macacos e gambás, com 40 milhões, e de grande porte, como antas, lobos e onças, com 5 milhões.
No período de 2010 a 2014, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama receberam 261.091 animais, em média 52.218 animais por ano. A maioria dos animais recebidos são aves (79,3%). Os Cetas são responsáveis por receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres.
Série de reportagens
A partir de hoje, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicam uma série de matérias especiais que reafirmam o valor intrínseco da vida selvagem. Durante toda a semana, você vai conhecer o trabalho de voluntários em vários parques nacionais. No Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA), por exemplo, a estudante de biologia Sirleide Rocha passou 39 dias acompanhando a desova das tartarugas e a chegada dos turistas à ilha. A matéria especial vai mostrar que os programas de voluntariados são uma forma para a sociedade conhecer, aprender a amar e proteger a vida selvagem.
Também vai descobrir que existem cerca de 18 onças-pintadas no Parque Nacional do Iguaçu (PR) e que, desde 2008, o parque desenvolve um projeto de pesquisa com felinos. A onça-pintada e a jacutinga, entre outras espécies, encontram no parque um dos últimos refúgios no estado, onde podem se abrigar, alimentar e reproduzir, com relativa segurança, fora do alcance das pressões exercidas pelo homem.
Conhecerá ainda Sinvaldo e Sandovaldo. Dois irmãos que, há anos, desenvolvem projeto educativo na unidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis no Piauí (Ibama-PI). O projeto utiliza a educação ambiental como ferramenta para combate ao tráfico de animais silvestres.
Ainda sobre o tema educação ambiental, você vai conhecer outras iniciativas desenvolvidas em alguns parques nacionais brasileiros, que são unidades de conservação vinculadas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Parque Nacional de Brasília, por exemplo, tem um programa de educação ambiental voltado para quem comete pequenos delitos, como pichação.
Vai saber ainda que metade das espécies ameaçadas de extinção já tem Plano Nacional de Ação (PAN), visando garantir a sua proteção. Os PANs são políticas públicas, pactuadas com a sociedade, que identificam e orientam as ações prioritárias para combater as ameaças que põem em risco populações de espécies e os ambientes naturais e, dessa forma, protegê-los.
Nesta semana, você vai saber ainda o que Parque Nacional de Anavilhanas (AM) fez para proteger os botos vermelhos. O turismo de interação com os botos cresceu sem contar com nenhuma orientação e se transformou em uma atividade com muitos pontos negativos para os animais. Mas, em 2010 o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor do parque, implantou um projeto inovador para ordenar o turismo com botos no local.
Dia 3 de março é um dia para cada um de nós celebrar a beleza e a diversidade de plantas e animais selvagens; refletir sobre a relação entre vida selvagem e as pessoas; e mostrar seu respeito, amor e comprometimento com a vida selvagem.
A primeira matéria especial sobre o Dia Mundial da Vida Selvagem conta como foi feita a foto da onça na área do Parque Nacional de Brasília, que teve mais de 100 mil visualizações em dois dias, e qual a relação do servidor do parque Ari Araújo com a estratégia que o local usou para que os macacos parassem de buscar restos de alimentos nas lixeiras. O local vai inaugurar, no dia 3 de março (quinta-feira), uma trilha para ciclistas, com duchas especiais ao final do percurso. A matéria especial traz todos os detalhes da programação do evento que será realizado no Parque Nacional de Brasília.
—-
Confira no site do ICMBio uma série de reportagens sobre o tema
—-
Fonte: ICMBio | Marta Moraes
Imagem: ICMBio