Pesquisa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo sugere que o enriquecimento de manteiga com um tipo de ácido graxo encontrado na gordura de lacticínios – o ácido linoleico conjugado – pode ser útil para pacientes com a doença de Alzheimer. Testes com ratos mostraram que uma dieta com a manteiga modificada aumentou a atividade de uma enzima, chamada fosfolipase A2, que está ligada à memória. A fosfolipase atua sobre gorduras que constituem as membranas celulares e os ácidos graxos, que funcionam como mediadores na formação da memória. Em pacientes sem a doença, as membranas celulares são fluidas e renovadas normalmente. Em pacientes com Alzheimer, são rígidas e dificultam a liberação de ácidos graxos, como o linoleico. Ao enriquecer a manteiga, aumenta-se a atividade dessa enzima, contribuindo para a memória. Os estudos com essa enzima são feitos há pelo menos 15 anos no laboratório, mas os testes com a manteiga enriquecida começaram há cinco anos com ratos, informou a pesquisadora. O trabalho foi publicado, em abril deste ano, no periódico científico Journal of Neural Transmission. Os resultados com ratos indicam que a dieta enriquecida com ácidos graxos é eficaz para tratamento do estágio inicial da doença. Ainda será estudado se a manteiga modificada poderia ser usada também como prevenção do Alzheimer.