O ministro da Saúde, Marcelo Castro, técnicos do ministério e da Defesa Civil vão a Pernambuco nessa segunda-feira, 30 de novembro, para uma reunião com prefeitos para tratar sobre o crescimento acentuado dos casos de microcefalia. A decisão de enviar o ministro foi da presidenta Dilma Roussef, que recebeu o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, nesta quinta-feira, 26, e ouviu relatos sobre a situação do aumento de casos no estado. Pernambuco tem 487 notificações de suspeita de microcefalia e 175 casos confirmados. A microcefalia afeta o crescimento adequado do cérebro do bebê.
Segundo Câmara, Dilma demonstrou “muita preocupação” com o crescimento dos casos de microcefalia e se prontificou a fazer uma visita a Pernambuco quando retornar de viagens internacionais nas próximas semanas. “Senti por parte da presidenta todo o desejo de nos ajudar, de ajudar o Nordeste, de colocar sua equipe à disposição”, disse Câmara. “É um momento de mobilização nacional. É uma questão que está concentrada no Nordeste, mas que pode muito bem chegar a outros estados numa velocidade que também pode preocupar”, completou.
O governo ainda não identificou a causa do aumento recente de casos de microcefalia, principalmente em estados do Nordeste, mas a principal hipótese é que o crescimento esteja associado à ocorrência do vírus zika em gestantes. Não há casos na medicina que comprovem a relação, mas pesquisas, como uma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), constataram a presença do genoma do vírus em mães que tiveram bebês com microcefalia. O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.
De acordo com Câmara, se a hipótese for confirmada, a ação de combate ao mosquito precisa ser fortalecida imediatamente, antes da chegada do verão, quando aumentam os casos de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Caso realmente o zika seja o responsável pelo aumento do número de crianças nascendo com microcefalia, vamos precisar fazer uma ação muito grande de combate ao mosquito. Temos que ir aos criadouros, que fazer um amplo trabalho de comunicação com as pessoas no sentido de não deixar água represada para proliferação de insetos, mosquitos. É uma força-tarefa que precisa do apoio de todos nesse momento”, destacou.
Assistência – Além das medidas preventivas, Câmara disse que é preciso garantir assistência aos bebês e às famílias, com apoio social e acesso a tratamentos como fisioterapia. “Temos que ter uma preocupação muito grande com assistência, com protocolos, para as pessoas saberem para onde encaminhar essas mães, para as crianças terem tratamento adequado já nos primeiros meses de vida”.
Segundo o governador, Dilma e ele não conversaram sobre valores, mas avaliam que as ações de combate ao avanço da microcefalia vão exigir recursos e pessoal.
Fonte: Agência Brasil