O CRBio-08 apoia a campanha de conscientização e informações sobre as hepatites virais, o Julho Amarelo, em cooperação com o Grupo Vontade de Viver, uma Organização da Sociedade Civil que atua na orientação sobre a prevenção e detecção das hepatites virais.

As hepatites virais continuam sendo um grave problema de saúde pública, principalmente as hepatites B e C, que associam-se frequentemente a complicações como a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular. A hepatite B infecta, atualmente, 300 milhões de habitantes no mundo e cerca de um milhão de brasileiros.

De acordo com o médico especialista em Hepatologia, Raymundo Paraná, o Julho Amarelo é muito importante para fazer a informação chegar à população, como também aos profissionais de saúde. Infelizmente, as hepatites ainda são um problema de saúde pública. “A hepatite B tem uma relação muito próxima com o câncer de fígado. Apesar de termos a vacina disponível na rede pública, a cobertura vacinal ainda pode ser aperfeiçoada”, explica o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, que pontua ainda a existência de testes rápidos para diagnóstico no Sistema Único de Saúde (SUS). “As unidades de saúde possuem exames de triagem para hepatites B e C, cujo resultado sai em até 20 minutos”, diz o secretário.

A hepatite C é outra grave endemia mundial. Atinge cerca de 150 a 130 milhões de pessoas no mundo. “No Brasil, 1,5 milhão sofre com a doença”, informa Raymundo Paraná. De acordo com ele, a hepatite C foi muito transmitida nas décadas de 60, 70 e 80 e também no início dos anos 90, pelo compartilhamento de instrumentos perfurocortantes, transfusão sanguínea, dentre outros.

De acordo com o médico, no Brasil, particularmente no Nordeste, o uso indiscriminado de complexos vitamínicos, glicose e medicamentos do tipo glucoenergan, por via venosa, com seringas não descartáveis foi responsável pela maior parte das contaminações entre os homens. “Estes, hoje tem o seu diagnóstico na faixa etária superior a 50 anos, fazendo com que a hepatite C se associe a diversas comorbidades, tais como: Diabete mellitus e obesidade, as quais fazem a doença progredir rapidamente”, esclarece o hepatologista.

Deste modo, não é por outro motivo que a hepatite C é responsável por metade das indicações de transplante de fígado no país, como também é hoje responsável por 70% dos casos de câncer de fígado. “A boa notícia é que o seu tratamento mudou imensamente nos últimos anos. Hoje os medicamentos usados por via oral, são seguros, praticamente isentos de efeitos adversos e com taxa de cura que varia de 90 a 95%”, finaliza Raymundo Paraná.

Fonte: Com informações da Sesab