A partir de janeiro de 2021, as novas gestões municipais de todo o país terão pela frente uma série de desafios a serem superados em um ano que já começa atípico por causa da pandemia.

Em meio à expectativa por uma vacina contra a Covid-19 e às estratégias para evitar novas ondas de infecções e mortes por coronavírus, a questão ambiental também  merece espaço na pauta de prioridades dos prefeitos e vereadores.

A crise sanitária mundial impôs à população permanecer mais tempo em casa e isso se refletiu de diversas formas nos ecossistemas, sobretudo de cidades litorâneas.

Em Salvador, por exemplo, sem a presença de banhistas e vendedores ambulantes, a paisagem dos 50km de praias mudou a ponto de uma tartaruga de grande porte desovar na praia da Barra, ponto turístico da capital baiana.

Os cerca de 180 ovos depositados na areia foram encaminhados à equipe de preservação do Projeto Tamar, na Praia do Forte, em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador.

Em Alagoas, o Instituto Estadual do Meio Ambiente (IMA) registrou nos primeiros meses de pandemia, entre março e junho, cerca de 250 denúncias.

A maioria das reclamações foram sobre casos de lançamento de esgoto sanitário e óleos (27%), seguido de desmatamento (21%), queima irregular de vegetação (14%) e crimes por matar e comercializar espécimes da fauna silvestre (14%).

Já em Sergipe, um dos estados do Nordeste mais afetados pela pandemia, os 7.200 pescadores do estado também foram afetados.

Estes trabalhadores, que já haviam ficado impedidos de ir às praias após o derramamento de óleo no litoral brasileiro, iniciado em 2019, retomavam o ritmo de atividades no mar quando a pandemia obrigou a população a não sair de casa.

“Os cenários do presente e do futuro próximo com a pandemia da COVID-19 apresentarão grandes desafios, destacadamente na saúde e meio ambiente, aos novos prefeitos. Políticas públicas nestas áreas precisarão ser contextualizadas com o momento atual. A prevenção da COVID-19, a degradação dos ecossistemas, a redução das áreas de Cerrado e Caatinga por queimadas e exploração dos espaços naturais, proteção das áreas verdes urbanas e mais investimentos na fiscalização ambiental, serão alguns destes desafios”, afirma o presidente do CRBio-08, César Carqueija.